quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

RESENHA HISTÓRICA



PRÉ-HISTÓRIA


Os vales férteis privilegiaram a ocupação humana desde tempos imemoriais. Os primeiros sinais de presença humana no Chão Pardo, remontam ao paleolítico superior, onde as suas comunidades dependiam para a sua sobrevivência, da caça, pesca e da actividade recolectora.
Comprova-o os fragmentos de sílex (núcleos e lascas) encontrados em alguns terrenos agrícolas da localidade.

Estes fragmentos em sílex, a matéria-prima predilecta de então, serviriam para a manufactura dos instrumentos, onde as melhores lascas que se obtíam dariam para furadores, facas e raspadores.
Estas primeiras comunidades de caçadores recolectores afixar-se na localidade viviam em tendas, provavelmente de peles, ou mesmo “casas” cavadas no solo e cobertas com peles e palhas para se protegerem do frio.


ÉPOCA ROMANA


A estratégia de povoamento durante a romanização para esta região, que integra o território pertencente à cidade romana de então, a civitas de Collipo, passaria por uma ocupação ligada à exploração agrícola.

A existir, seriam pequenas e modestas unidades de exploração agrária uinifamiliares, que não as villae, designadas por quintas ou casais.

A falta de prospecções dirigidas na localidade para identificar este tipo de sitios, impossibilita que aqui se comprove este tipo de ocupação. A ser detectados vestígios materias, eles são em regra, fragmentos cerâmicos domésticas grosseiros ou cerâmicas de construção.


ÉPOCA MEDIEVAL E MODERNA


A povoação seria já importante com toda a certeza no século XVI, atingindo nesta altura uma dimensão considerável. Terra de romagem dispunha na época de casas para instalação dos romeiros deslocados em romaria, relizada no inicío de Maio, em dia de Invenção da Cruz.

A mais antiga referência conhecida à romaria, encontra-se no «Couseiro», manuscrito seiscentista de autor desconhecido, publicado pela primeira vez em 1868, onde constam várias informações dadas por de sacerdotes pertencentes à Diocese de Leiria.

A importância desta romaria era tal que era realizada uma feira pela altura da romagem à Senhora do Choupardo (assim desiganada popularmente).

Segundo o «Dicionário Geographico» a devoção pela Nossa Senhora da Piedade enfraqueceu a partir do segundo quartel do século XVIII, para retomar e proseguir com uma força redobrada até aos finais do século XIX, altura em que ainda se realizava a feira entre as imediações da capela e o centro do lugar. O centro da povoação, estava então assinalado por um cruzeiro, embutido numa parede, do qual aparentemnete não existem vestígios.


A CAPELA

A partir da descrição de Frei Agostinho de Santa Maria, em 1711, um cronista da Congregação dos Descalços de santo Agostinho, a antiguidade da capela de Chão Pardo é evidente, apesar de não se poder averiguar a época exacta em foi edificada.

O culto à Senhora da Piedade está referênciado pelo menos no século XVI, época em que poderá ter sido edificada a capela, a mando dos moradores e quiçá, esculpida a imagem extremamente venerada à época por ser considerada milagrosa.

O culto existe com toda a certeza nos finais do século XVI, sendo referido nos livros da igreja e freguesia do Juncal, onde existe referência ao compromisso de irmandade no ano de 1592, no qual se ordenava que se fizesse a sua festa no dia da Invenção da Cruz.

Porém as várias alterações e ampliações que o edifício sofreu ao longo do tempo não permitem chegar a uma data concreta acerca da sua fundação ou os motivos que levaram à sua edificação: se foi construída por especial devoção de algum devoto, ou se foi de facto pelos próprios moradores da localidade.

Nos mesmos registos paroquiais eram referidas as obras de reedificação e ampliação da capela quinhentista por volta de 1650, tendo sido decorada com ornamentos o que parece ter fortalecido ainda mais o culto que a imagem gozava.

Arquitectura da capela

A capela abobadada, possuía três altares, estando a imagem colocada no altar mor. Da antiga capela apenas sobreviveu uma pequena parte da sua estrutura inicial da qual se destacam parte das paredes e o altar-mor com o respectivo retábulo em talha setecentista.

A imagem

« …he de pedra esta Santa Imagem, tem tres palmos de estatura, he estofada, ou pintada ao antigo, com as roupas levantadas da escultura, e semeadas de rosas, e estrellas de ouro».

Frei Agostinho de santa Maria, (1711) «Santuário Mariano», tomo III, Liv. III, tít. XV, pp.330-332.

Segundo relatos de um cronista de inicios do século XVIII, Frei Agostinho de Santa Maria, a imagem da Senhora da Piedade data de uma fase anterior aos primórdios da nacionalidade. Julga-se que durante a perseguição dos cristãos pelos mouros, foi deixada ali por ser de pedra, não a podendo levar consigo na fuga.

Atendendo que Porto de Mós foi tomado aos Mouros entre 1140 e 1147, e, se considerar o ano da tomada de Santarém e Lisboa por D. Afonso Henriques, supõe-se que a imagem possa ser anterior ao século XII.

Texto: Claudia Gomes

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

QUE NOMES O NOME TEM



A origem do nome, está como é frequente, modelada pela imaginação popular. Conta a lenda que a terra deve o nome (Chão Pardo ou Choupardo), a uma árvore de imponentes dimensões que existiu no centro da povoação. Não se sabe quando foi cortada, nem de quantos homens seriam necessários para abraçar o seu tronco, mas é bem provável que a lenda esteja ligada a factos mais ou menos reais.

Certo é que em termos toponímicos, designa-se de chão aquelas povoações que se implantam em zonas planas. Conhecendo a realidade geográfica da terra assenta-lhe bem a designação: "Chão" – porque grande parte dela assenta num cabeço aplanado rodeado de terras férteis que desde a pé-história convidaram o homem a fixar-se.

O Chão Pardo, localiza-se administrativamente na freguesia do Juncal, concelho de Porto de Mós.

Conta actualmente com cerca de 300 habitantes, que continuam a ter como principal actividade económica a agricultura, com predomínio para a fruticultura onde a produção de pêra rocha e maçã se destacam. Tem ainda particular importância a actividade ligada ao transportes de pesados, com várias empresas sedeadas na localidade.

É em torno da associação recretiva e desportiva local que parte da população actualmente se congrega. É para divulgar estas iniciativas que se criou este blogue.

Nele, ao falarmos da terra, falaremos incontornavelmente das festas que aqui se fazem, não importa que sejam religiosas ou pagãs, desportivas ou culturais. O importante é que sejamos suficientemente aliciantes para atrair cada vez mais participantes nos eventos que o Chão Pardo faz.


Texto: Cláudia Gomes e Luis Ascenso